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domingo, 15 de janeiro de 2012

O sentido da vida

Por Joaquim Maia Neto
Você já parou para pensar sobre qual é o sentido da sua vida? Algumas pessoas jamais pensaram sobre isso, enquanto outras passam a vida buscando a resposta para essa questão. Independentemente das nossas crenças ou da ausência delas, precisamos ter um norte para nossas existências, uma razão para continuar que é muito maior que o nosso instinto de sobrevivência.
Geralmente as pessoas buscam a felicidade e fazem dela o sentido de suas vidas, mas é difícil definir a felicidade, saber onde ela está e o que nos faz felizes. Para algumas pessoas a felicidade é encontrar um grande amor com quem se possa compartilhar os melhores momentos, viver junto, envelhecer em sua companhia. Para outros a felicidade está em constituir uma bela família, ter filhos e criá-los segundo seus ideais e valores. Outros ainda se dedicam a uma causa que os fazem felizes, seja ela humanitária, religiosa, ambiental. Há os que dedicam sua vida a uma profissão e procuram dar o melhor de si ao ofício escolhido, tentando se superar a cada dia para que o resultado do seu trabalho seja sempre aprimorado.
Muita gente busca a felicidade em coisas efêmeras, como o consumo, o dinheiro, as drogas, o poder. Quando a vida é motivada por coisas desse tipo, invariavelmente a consequência é um dano à própria pessoa ou às pessoas próximas, à sociedade, ao bem comum. Na realidade muitos preenchem suas vidas com coisas passageiras, não importantes, justamente porque não encontraram uma causa para a vida ou não descobriram o porquê de estarem neste mundo.
Mesmo quando temos uma atividade nobre para a qual nos empenhamos , não é incomum acharmos que algo está faltando. Nos tornamos insatisfeitos, mas essa insatisfação não é ruim por si só. Podemos dar um sentido positivo a ela. Se nossa insatisfação gera apenas reclamação, tristeza, frustração ou inveja é porque estamos desistindo de buscar o que realmente importa. Nessa situação, em geral, se busca uma fuga que acaba sendo prejudicial. Não podemos fugir da nossa missão, de buscar a felicidade, de encontrar nosso caminho. A insatisfação é positiva quando ela se torna nosso combustível, nossa propulsão para alcançar nossos sonhos. Todos nós temos sonhos, mas o mundo tenta o tempo todo nos convencer de que eles não são alcançáveis e nós acabamos acreditando nisso.
Há dois erros básicos que fazem as pessoas desperdiçar suas vidas. O primeiro deles é justamente desistir dos seus sonhos. Não os sonhos materialistas, mas aqueles que sempre estiveram nas nossas mentes e nos nossos corações. Geralmente são aqueles que nascem na infância ou na juventude e de vez em quando nos cutucam. Às vezes queremos retomá-los, mas nosso ceticismo nos diz que são bobagens, que não fazem mais sentido. Ou então os projetamos em alguém, em geral nos filhos, querendo que eles vivam os sonhos que não vivemos, como se não tivessem seus próprios sonhos.
O segundo grande erro é procurar a felicidade nas grandes coisas. A felicidade não é complexa, não depende de muito dinheiro, de coisas difíceis. Ela está na simplicidade, na natureza, numa comida que você gosta, em alguém que te faz falta, num cheiro que te recorda a infância, no seu cachorro, numa criança, no vento que bate no rosto ou num lugar que te deixa em paz. Não adianta terapia ou shopping center se o que realmente importa for negligenciado. É triste saber que muita gente só desperta para a felicidade contida nas coisas simples no final da vida. O tempo e a idade ensinam essa lição, mas poderíamos aprendê-la bem antes.
Eu acredito que o verdadeiro sentido da vida é fazer com que nossa presença torne o mundo melhor do que o encontramos. E isso não precisa ser grande. O mundo ficará melhor se você ajudar alguém, amar de verdade, educar uma criança, contribuir com o meio ambiente. Se sua presença melhorar sua família, seu bairro, cidade, país, por mínima que seja essa melhora, sua vida fará sentido. E ninguém melhor do que você para saber o que fazer para ajudar a melhorar este mundo. Escolha algo que gosta muito e que não prejudique ninguém.
Luis Fernando Veríssimo escreveu que o sentido da vida é o pudim de laranja. Ele soube encontrar um ótimo sentido para sua vida, além de sua maravilhosa aptidão para escrita e outros sonhos que realiza. Mas acho que ainda não comeu o Queijo Canastra e o doce de figo que minha mãe faz. Quando comer vai mudar de idéia.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Perdoe minha ignorância, mas eu não o conhecia, até este momento em que escrevo, nem tampouco tinha tido a grata oportunidade de ler seu texto. "Caí" em sua página por puro acidente. Buscava, desesperadamente, um texto ou uma entrevista do Luís Fernando Verissimo que no qual ele diz que "o sentido da vida está no pudim de laranja e no prato fundo - salvo engano meu - que depois você vira pra pegar o caldo". Foi nessa busca que acabei acessando seu texto e, claro, tive a sorte de lê-lo. São dois os motivos pelos quais resolvi comentar seu texto: o primeiro é porque sei que quem gosta de escrever, por vezes, também gosta de observar o efeito que causou naqueles que o leram. O texto é um filho nosso e ficamos sempre de olho nele. Dessa forma, agora você já sabe que seu texto chegou a mais um leitor-navegante. O outro motivo de comentar é porque suas ideias foram, para mim, extremamente oportunas e agradáveis. Não somente isso, mas também me ajudarão muito em umas atividades que preciso fazer e usarei sua discussão para pavimentar meu trabalho. Muito obrigado por compartilhar essa rica reflexão nesses tempos sombrios. Seu texto é um verdadeiro oásis neste deserto seco e caótico no qual estamos vivendo nos últimos tempos. E, se não for abuso, caso tenha o texto do Verissimo e puder compartilhá-lo comigo, ficarei muito feliz. Mais uma vez obrigado pela leitura!
    Jairo Roque
    jairo.roque@gmail.com

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